Pablo Viany Prieto; Tainan Messina. 2012. Grandiphyllum divaricatum (ORCHIDACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo amplamente distribuída no Sudeste, em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espirito Santo (Barros et al., 2012). Há registros de ocorrência para o estado de São Paulo que correspondem a espécie (Menini Neto, com. pess.); entretanto, esta parece não ocorrer mais neste estado, já que SMA-SP (2002) a considerou extinta.
<i>Grandiphyllum divaricatum</i> apresenta distribuição não muito ampla na Mata Atlântica da regiãoSudeste. Suspeita-se que a espécie venha sofrendo um declínio populacional contínuo em função da coleta de plantas para fins ornamentais. É possível também suspeitar que <i>G. divaricatum</i> tenha se extinguido localmente na cidade de São Paulo, onde foi coletada há quase 100 anos, levando a um declínio na AOO e no número de subpopulações. Somado a isso, vários dos locais de ocorrênciaencontram-se gravemente desmatados e fragmentados, acarretando um forte declínio na qualidade do habitat remanescente. Devido ao seu hábito epifítico, é possível suspeitar que <i>G. divaricatum</i> apresente crescimento lento, de forma que seu tempo de geração é estimado em cerca de 10 anos. Dessa forma e levando em conta as ameaças às quais está submetida, é possível suspeitar que a espécie possa sofrer um declínio populacional de pelo menos 30% nos próximos 30 anos caso nenhuma medida de conservação necessária seja executada. Pelo exposto, a espécie foi considerada "Vulnerável" (VU).
Descrita originalmente na obra Colet. Orquídeas Brasil. 3: 75. 2006., a espécie é popularmente conhecida como orelha de burro; forma uma aliança de espécies, caracterizadas por calosidades dos labelos com único pulvínulo (elaióforos tricomáceos), sem outras calosidades e flores muito semelhantes com grande variedade dentro das populações (Neto; Baptista, 2006).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1 Habitat Loss/Degradation (human induced) | |||||
A Mata Atlântica, Domínio Fitogeográfico onde a espécie se encontra distribuída, é caracterizado pela alta diversidade de espécies e pelo elevado grau de endemismo. A retirada da cobertura vegetal, visando a utilização da área para a agricultura, pastagem, extração de madeira e ocupação humana para agricultura, ao longo dos últimos dois séculos causou a destruição da maior parte desta região, restando hoje cerca de 7% a 8% de sua área original (Galindo-Leal; Câmara, 2003). |
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.6 Change in native species dynamics (directly impacting habitat | national | ||||
Devido à ocupação urbana e agrícola, as áreas de mata estão cada vez mais isoladas umas das outras, formando pequenas ilhas de vegetação nativa. Desta forma, a maioria das espécies que vivem nesses fragmentos formam populações isoladas de outras que se situam em outros fragmentos. Para muitas espécies, a área agrícola ou urbana circundante pode significar uma barreira intransponível, o que altera de maneira irreversível o fluxo gênico entre as populações e compromete a perpetuação destas na natureza (Galindo-Leal; Câmara, 2003). |
Ação | Situação |
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1.2.1.3 Sub-national level | on going |
A espécie foi considerada Extinta na Natureza (EW) em avaliação de risco de extinção empreendida para a flora do estado de São Paulo (SMA-SP, 2002). |
Ação | Situação |
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4.4 Protected areas | on going |
A espécie foi registrada no Parque Estadual da Cantareira, SP (Zandoná; Catharino, 2012), Parque Estadual do Ibitipoca (Menini Neto et al., 2007), Parque Estadual do Forno Grande e Parque Estadual da Pedra Azul, ES, Parque Estadual do Pico do Marumbi, PR, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, RJ (CNCFlora, 2011). |